Era uma manhã ensolarada de quarta-feira. Acordei, espreguicei-me todo e voltei a me enrolar num lençol.
Sim, durmo enrolado num lençol, sobretudo para me proteger das criaturas que perturbam a noite inteira.
O calor é insuportável no quarto onde durmo. Mas ali posso ouvir minha mente que me inspira com mil palavras quem vem a cair no papel.
Meus escritos vem a me inspirar em locais calmos, quero ser escritor orgulho-me do meu jeito diferente de querer ser escritor. Afinal, todo escritor é diferente. Mas quero ser diferente de todos os diferentes.
Escrever para mim é um sonho. É ver as palavras caminharem sozinhas, é ver a folha em branco se vestir de letras, símbolos e rascunhos.
Mas falava da manhã daquela quarta-feira. "Quarta-feira", faz-me pensar nos escritos, que vem a ser conhecidos de tal certa forma.
Espreguicei-me, precisava me levantar. O dia me chamava. O sol rasgava a cortina, entrando pela janela. Um raio maldito de sol me incomodava, a lamber meus olhos como um cão lambuza o rosto do dono, ao sinal de carinho. Precisava me levantar, mas a vontade mesmo era de ficar ali para sempre, pensando no que fazer, aguardando uma inspiração concreta para começar à escrever. Afinal queria ser um escritor!
Queria apodrecer naquele lugar. Queria ser importante um doutor, um escritor. E aquele quarto quente abafado, amaldiçoado jamais me veria de novo.
Pensava em digitar significados que habitava meu pensamento, possuía uma maquina em minha frente que ali jogava palavras que se uniam.
Esta convicção fazia com que me deparasse com meu próprio pensamento.
Leonardo Pacheco
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